- o carteiro -
Há uma frase, supostamente sábia, que diz o seguinte: "o que for teu à tua mão vem ter". não me parece inteligente é só isso, porque todos sabemos que nada nos vem ter à mão, que não há sorte mais eficaz que uma boa liça. Admito porém a existência de situações em que a incompreensão dos factos faz dessa frase o bode expiatório (e explicatório). À semelhança daquela outra que diz: "foi assim que o Senhor quis" e que debitamos sem atenção face à morte, mesmo que esta nos pareça óbvia; a idade, os achaques, a doença prolongada e sem cura. Ou então "o que não tem remédio, remediado está". Esta já me agrada embora se prolongue na boca aquele travo acre a "contentamento", ou "o que não mata, engorda" (que mate antes!, digo eu, mas isto já é outra repartição do cérebro a falar. Manias!) Na verdade todas servem para nos desculpabilizarmos, deixando a uma entidade divina a responsabilidade pela nossa incompreensão, burrice ou incapacidade para tirar ilações mais próximas da verdade e afastadas da nossa ficção.
4 Comments:
Não vale a pena chorar sobre o leite derramado...
eu não gosto de leite muito quente e não costumo encher o copo de modo a colocar estacas.
minha cara beluga (permita-me a "intimidade")
"a incompreensão dos factos"?
mas o que serão os factos senão a fonte de todas as incompreensões?
debitamos sound-bytes (como estes...) por habituação, por preguiça mental, por comodismo... e na "hora da morte" - LOL - por medo.
a verdade e a beleza (re-ler poema de Fernando Pessoa) só mesmo por "aproximação", por ilusão de proximidade...
... isto hoje está um bocado "pesado" aqui no belogue
o que compreendo, não me incomoda mais. quando não compreendo, procuro e não encontro, pergunto e dão-me a entender que não está ao meu alcance, não posso, não podemos cuspir nem ouvir esses bitaites.
hoje amenizei o tom para não ser tão "pesado"
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