- o carteiro -
Começou a coutada
Basta ver dois minutos, não mais, de um qualquer canal generalista de televisão para compreender que muitos dos anúncios a alimentos são dedicados à chamada comida diet ou light – uma coisa e a outra não querem dizer o mesmo. Há pouco tempo, e a propósito de as cadeias de alimentação não estarem a cumprir os limites de calorias e açucares impostos pela OMS, uma senhora dizia e com razão, que cerca de 50% dos anúncios publicitários que vemos relativos a alimentos são dedicados a produtos denominados de “fast food”. Pois se 50% são dedicados a produtos ricos em calorias, os outros 50% são dedicados a produtos com poucas calorias. É um racíocinio lógico, simples e muito semelhante ao do copo “meio-cheio” ou “meio-vazio”.
Basta ver dois minutos, não mais, de um qualquer canal generalista de televisão para compreender que muitos dos anúncios a alimentos são dedicados à chamada comida diet ou light – uma coisa e a outra não querem dizer o mesmo. Há pouco tempo, e a propósito de as cadeias de alimentação não estarem a cumprir os limites de calorias e açucares impostos pela OMS, uma senhora dizia e com razão, que cerca de 50% dos anúncios publicitários que vemos relativos a alimentos são dedicados a produtos denominados de “fast food”. Pois se 50% são dedicados a produtos ricos em calorias, os outros 50% são dedicados a produtos com poucas calorias. É um racíocinio lógico, simples e muito semelhante ao do copo “meio-cheio” ou “meio-vazio”.
Para quem, como a Beluga, já equacionou a hipótese de comer comida para animais, sabe que este ataque constante aos nossos sentidos, quer com barras de cereais (que não dão para “a cova de um dente”), quer com cremes e loções para todas as maleitas epidérmicas que achamos ser uma maldição demiúrgica, quando afinal são o reflexo de um estilo de vida totalmente errado, é no mínimo irritante. E nem sequer temos a possibilidade de, ao mudar de canal, nos deparamos com outro tipo de notícias. Nos canais ingleses, por exemplo, uma das coqueluches dos programas televisivos é uma coisa que se chama “Footbaler’s wifes”, que como o nome indica, é a exaltação da imagem: nunca em tão curto espaço de tempo televisivo foi possível ver tanta manipulação em photoshop. Os nossos noticiários terminam com imagens de ginásios apilhados de máquinas alinhadas e onde só é possível exercitar o corpo da mesma forma que se vive: com cuidado para não incomodar o vizinho do lado. O entretenimento para esses momentos que deviam ser de entretenimento é a televisão e por consequência, os vídeo-clips de mau gosto.
Este é sem dúvida um mundo cada vez mais estranho, onde ser um rosto perfeito e um corpo imaculado parece estar bem acima de qualquer constrangimento, e onde o preço para o alcançar são desafios televisivos para substituir duas refeições por ceriais, ou tomar durante várias semanas o mesmo iogurte – milagroso – que permite alcançar tal objectivo. Se não ficar satisfeito, não se preocupe, devolvem-lhe o dinheiro. Não lhe devolvem é a saúde.
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