COISAS QUE EU NÃO COMPREENDO
Fast Music e o Festival (muito) à volta do Barroco
O uso de cores berrantes no decor da Mac Donald's (tabuleiros e embalagens incluídas), bem como a presença de uma música de fundo irritante e acelerada, serve para os comensais terminarem depressa o seu cheeseburguer e as batatas fritas, se levantarem e darem lugar a outras pessoas. Isto é a fast-food.
A fast-music é aquilo que a Casa da Música faz todos os dias quando nos atira com aquele edifício, e fez na sexta-feira à noite com o Festival à Volta do Barroco (aqui com o "muito" entre parêntesis porque realmente o que se passou na sexta andou ao lado do Barroco).
Aqui no Belogue somos a favor de todas as formas de arte: Barroco, Pop Arte, Land Art, Expressionismo Abstracto, Arte Grega (todos os períodos, mesmo o arcaico), Arte Paleocristã (a gente sabe...). Indagamo-nos acerca de algumas, gostamos de outras e de outras não. No que diz respeito à Casa da Música enquanto edifício, é uma fast-arquitectura, isto porque não nos podemos deter mais de dois segundos num pormenor, que estamos a bater com a cabeça numa coluna, numa porta ou em alguém, de tal forma é intrincada a geometria do edifício. Há que ter cuidado com o chão, pois tanto temos escadas a pique, impraticáveis, como temos escadas onde é necessário abrir o pernil todo para não as descermos com dois passinhos por degrau.
E depois temos a Sala 1: fria, onde o espectador é obrigado a sentar-se numa cadeira-gaveta correndo o risco sério de ficar com alguma coisa trilhada lá atrás. O vidro, que não é anti-reflexo e que se encontra no palco em todo o seu comprimento, não ajuda, uma vez que parece existir não uma, mas duas orquestras. A sala é muito iluminada, algo que alguém comentou, deveria contribuir em muito para a conta da luz da Casa da Música. Isto é fast-music, uma vez que logo aqui o espectador fica incomodado, não com vontade de vir embora, mas quase. Uma hora e quinze minutos de Remix Ensemble e era possível observar pessoas a dançar nas cadeiras, a suspirar, a olhar para os lados. Veio o intervalo e nos "corredores" ouvia-se entre dentes: "o que vale é que foi barato" e menos entre dentes "vamos lá ver a segunda parte". A segunda redimiu a primeira, mas não deixa de ser uma mancha a sala a um pouco mais de metade da sua capacidade, gente incomodada com as cadeiras e com a música.
É fast-music porque as pessoas consomem e querem vir embora o mais rápido possível. De facto à saída havia mais uma remessa de espectadores para outro concerto que, esperamos, tenha sido muito melhor. É a mesma coisa que ir a um restaurante e dizer: "vocês são muito simpáticos, o cozinheiro é bom, mas os pratos é que não prestam. E o espaço...puff"
O melhor da Casa da Música ainda é isto:
Fast Music e o Festival (muito) à volta do Barroco
O uso de cores berrantes no decor da Mac Donald's (tabuleiros e embalagens incluídas), bem como a presença de uma música de fundo irritante e acelerada, serve para os comensais terminarem depressa o seu cheeseburguer e as batatas fritas, se levantarem e darem lugar a outras pessoas. Isto é a fast-food.
A fast-music é aquilo que a Casa da Música faz todos os dias quando nos atira com aquele edifício, e fez na sexta-feira à noite com o Festival à Volta do Barroco (aqui com o "muito" entre parêntesis porque realmente o que se passou na sexta andou ao lado do Barroco).
Aqui no Belogue somos a favor de todas as formas de arte: Barroco, Pop Arte, Land Art, Expressionismo Abstracto, Arte Grega (todos os períodos, mesmo o arcaico), Arte Paleocristã (a gente sabe...). Indagamo-nos acerca de algumas, gostamos de outras e de outras não. No que diz respeito à Casa da Música enquanto edifício, é uma fast-arquitectura, isto porque não nos podemos deter mais de dois segundos num pormenor, que estamos a bater com a cabeça numa coluna, numa porta ou em alguém, de tal forma é intrincada a geometria do edifício. Há que ter cuidado com o chão, pois tanto temos escadas a pique, impraticáveis, como temos escadas onde é necessário abrir o pernil todo para não as descermos com dois passinhos por degrau.
E depois temos a Sala 1: fria, onde o espectador é obrigado a sentar-se numa cadeira-gaveta correndo o risco sério de ficar com alguma coisa trilhada lá atrás. O vidro, que não é anti-reflexo e que se encontra no palco em todo o seu comprimento, não ajuda, uma vez que parece existir não uma, mas duas orquestras. A sala é muito iluminada, algo que alguém comentou, deveria contribuir em muito para a conta da luz da Casa da Música. Isto é fast-music, uma vez que logo aqui o espectador fica incomodado, não com vontade de vir embora, mas quase. Uma hora e quinze minutos de Remix Ensemble e era possível observar pessoas a dançar nas cadeiras, a suspirar, a olhar para os lados. Veio o intervalo e nos "corredores" ouvia-se entre dentes: "o que vale é que foi barato" e menos entre dentes "vamos lá ver a segunda parte". A segunda redimiu a primeira, mas não deixa de ser uma mancha a sala a um pouco mais de metade da sua capacidade, gente incomodada com as cadeiras e com a música.
É fast-music porque as pessoas consomem e querem vir embora o mais rápido possível. De facto à saída havia mais uma remessa de espectadores para outro concerto que, esperamos, tenha sido muito melhor. É a mesma coisa que ir a um restaurante e dizer: "vocês são muito simpáticos, o cozinheiro é bom, mas os pratos é que não prestam. E o espaço...puff"
O melhor da Casa da Música ainda é isto:
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