quarta-feira, abril 14, 2021

...e mais museus

deixem-me contar-vos uma coisa: não percebo aquele Museu do Holocausto que abriu há pouco tempo no Porto. Fui ver? não. Vou ver? Provavelmente não. Quase de certeza que não. Estou a "falar de cátedra"? Sim e não me arrependo. Isto é como os livros: não necessitamos de ler todos para sabermos quais são os bons e os maus. 
Quando li que iria abrir um Museu dedicado ao Holocausto no Porto a minha primeira ideia foi: "Mas porquê? Com o quê?"
Depois li que iriam fazer a reconstituição de uma camarata de um campo de concentração e concluí: "Pronto! Coisas do Mário Ferreira. Aposto que vai cobrar bilhetes para se ver uma estátua de cera do Mengele a fazer uma lobotomia a um par de gémeos." (algo que não poderia acontecer pois a lobotomia só começou a ser praticada mais tarde).

Há poucos dias li que o Museu já estava aberto ao público. Li também que não tem a mão nem o capital do Mário Ferreira, o que ainda me entristece mais. Não me parece bem. Não me parece bem explorar a dor dos outros com dois rolos da Torá, cartas de judeus que passaram por Portugal a caminho de uma vida melhor - ou de uma vida - e com a instagramização do Holocausto através da recriação de uma camarata de um campo de concentração. Se querem ser beneméritos e educar novas gerações, porque é que não fazem o Museu da Escravatura? (Não é um "memorial da escravatura", alminhas!)