-ars longa, vita brevis -
Hipócrates
antes e depois ou "um regresso aos tempos áureos". pois é meus amigos... estava a ver revistas de moda antigas (guardo muitas revistas de moda dos anos 90)
[és tão fútil...]
e descobri isto, este antes e depois:
Paul Gauguin
The Spectre Watches over Her (Manao Tupapau)
1892
Albright-Knox Art Gallery, Buffalo
Peter Lindbergh para a Harper's Bazaar
1992
Bem, torna-se cada vez mais difícil escrever estes posts pois acabo por repetir-me. Nunca escrevi muito sobre o Gauguin, é verdade, mas o que posso dizer, já toda a gente sabe: pintor francês que viveu a infância na América Central, tornou-se corretor na Bolsa, dedicou-se à pintura nas horas vagas, casou e fez filhos, perdeu o emprego, dedicou-se à pintura, passou mal e deixou tudo para ir para o Taiti pintar. O seu pós-Impressionismo não é o da Europa de Van Gogh e Cézanne. É verdade que como os dois, a temática das suas obras passa pela natureza, mas é exótica, mística, étnica e sensual e quente. Os amarelos de Gauguin são os amarelos do exotismo, do calor, enquanto os de Van Gogh, por exemplo, são os da alucinação, da carga psicológica. Esta é uma das mais importantes pinturas de Gauguin durante a sua passagem pelo Taiti. A inspiração para este/esta Manao Tupapau é dupla: por um lado, trata-se de uma adaptação livre da Olímpia de Manet (a Olímpia de Manet está voltada para cima e esta figura de Gauguin está de barriga para baixo) que Gauguin copiou em 1891 e por outro lado, de uma interpretação do artista das leituras que o mesmo faz do livro Voyages aux Iles de Grand Ocean de Jacques-Antoine Moerenhout, de 1892. Esta obra relata os rituais e costumes polinésios que, no momento em que Gauguin chega ao Taiti, quase tinham desaparecido devido, em grande parte, à colonização ocidental.
Nos anos 90, com as supermodelos (Claudia, Cindy, Helena, Linda, Eva, Naomi), mais polpudas que as modelos heroin-chic dos início do novo milénio, houve um regresso ao glamour. Não é que esse alguma vez tivesse abandonado a moda, mas as supermodelos, como o nome indica, tornaram-se estrelas planetárias, mais importantes do que aquilo que vendiam. Deixaram de ser cabides para passar a ser o produto. As suas vidas eram expostas em capas de revistas e tinham tanto interesse quanto as vidas dos cantores do momento, da realeza, do cinema... A Naomi fazia parte desse rol. Como tantas outras, cruzou a sua actividade profissional com a música ou o cinema (ou a música e o cinema é que se cruzaram com a moda...). Não era aquela que eu mais gostava. Vocês sabem, a Helena é que era a "minha cena", mistura de peruano com sueco, se não estou em erro. Mas a Naomi tinha um senhor rabo: redondo mas atlético. E só por isso, merece o meu apreço. A par das modelos pop, vieram os fotógrafos de moda pop. Ou seja, os fotógrafos de moda tornaram-se mais conhecidos porque o seu nome era divulgado juntamente com a fotografia em que a modelo surgia na campanha. "Isso desde sempre aconteceu", dizem vocês. Sim, é verdade, mas nesta altura, nestes anos 90, a imagem destas mulheres era replicada obsessivamente. O Peter Lindbergh, que eu conheço mais pelas fotografias de nus do que por este tipo de fotografias com referência nas artes plásticas, não era de facto o fotógrafo mais significativo nas fotografias que se aproximam de obras de arte. A Annie Leibovitz, por exemplo, fez isso mais vezes. O Eugénio Recuenco faz muitas mais. O curioso neste ensaio, é que é possível retirar a carga sensual das imagens quando as mesmas são isoladas. Juntas, elas são, não uma homenagem a Gauguin, mas às mulheres como a Naomi Campbell. O que não deixa de ser uma homenagem às mulheres, já que no quadro vemos Tehura, a companheira de Gauguin no Taiti, enquanto na fotografia vemos a deusa do ébano e do mau-feitio, Naomi Campbell.
Beijinhos e não se esqueçam de lavar os dentes.
Nos anos 90, com as supermodelos (Claudia, Cindy, Helena, Linda, Eva, Naomi), mais polpudas que as modelos heroin-chic dos início do novo milénio, houve um regresso ao glamour. Não é que esse alguma vez tivesse abandonado a moda, mas as supermodelos, como o nome indica, tornaram-se estrelas planetárias, mais importantes do que aquilo que vendiam. Deixaram de ser cabides para passar a ser o produto. As suas vidas eram expostas em capas de revistas e tinham tanto interesse quanto as vidas dos cantores do momento, da realeza, do cinema... A Naomi fazia parte desse rol. Como tantas outras, cruzou a sua actividade profissional com a música ou o cinema (ou a música e o cinema é que se cruzaram com a moda...). Não era aquela que eu mais gostava. Vocês sabem, a Helena é que era a "minha cena", mistura de peruano com sueco, se não estou em erro. Mas a Naomi tinha um senhor rabo: redondo mas atlético. E só por isso, merece o meu apreço. A par das modelos pop, vieram os fotógrafos de moda pop. Ou seja, os fotógrafos de moda tornaram-se mais conhecidos porque o seu nome era divulgado juntamente com a fotografia em que a modelo surgia na campanha. "Isso desde sempre aconteceu", dizem vocês. Sim, é verdade, mas nesta altura, nestes anos 90, a imagem destas mulheres era replicada obsessivamente. O Peter Lindbergh, que eu conheço mais pelas fotografias de nus do que por este tipo de fotografias com referência nas artes plásticas, não era de facto o fotógrafo mais significativo nas fotografias que se aproximam de obras de arte. A Annie Leibovitz, por exemplo, fez isso mais vezes. O Eugénio Recuenco faz muitas mais. O curioso neste ensaio, é que é possível retirar a carga sensual das imagens quando as mesmas são isoladas. Juntas, elas são, não uma homenagem a Gauguin, mas às mulheres como a Naomi Campbell. O que não deixa de ser uma homenagem às mulheres, já que no quadro vemos Tehura, a companheira de Gauguin no Taiti, enquanto na fotografia vemos a deusa do ébano e do mau-feitio, Naomi Campbell.
Beijinhos e não se esqueçam de lavar os dentes.
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