segunda-feira, janeiro 12, 2015

- ars longa, vita brevis -
hipócrates

E agora, algo completamente diferente.

Apesar da corrida ao espaço ter sido discutida, quase exclusivamente, por americanos e russos, isso não quer dizer que os chineses não estivessem atentos a fazer o seu "trabalho de casa": os chineses entraram na corrida em 1960 e lançaram o seu primeiro satélite em 1970. Entretanto, o Programa Espacial Chinês desenvolveu, de 1962 até 2003, uma forma de comunicação com o povo chinês particularmente - como dizer isto - kitsch. Os cartazes que aqui vos apresento têm uma linguagem particular uma vez que apesar de reconhecermos que são muito parolinhas, não conseguimos ver para além disso. Não percebemos que tipo de narrativa pode ser contada, que envolva crianças rechonchudas, figuras chinesas, animais e naves espaciais infantis... Estaria a China a comunicar a sua intenção de entrar na corrida ao espaço às crianças? Pois... não. O que vemos são crianças que representam satélites lançados ao espaço. O primeiro satélite:
 













o crescimento da missão (com a presença, em cima, de uma figura alusiva ao Ano Novo):



















a chegada de um dos satélites à lua e o lançamento de um outro satélite:



















Nos anos 80 o estilo continua a ser o mesmo, mas tem a presença de uma figura mais velha, o que quer dizer que o Programa Espacial Chinês já amadureceu:



















Porém, a partir daqui o estilo vai sendo abandonado e começa a ter um ar mais respeitável, um ar mais científico. usando para isso os mesmos métodos que qualquer outra nação (principalmente a Rússia e os EUA) usariam, como sendo os navios, a silhueta da cidade, etc... Também uma tentativa de separar a ciência da superstição e da religião, como mostra o segundo cartaz.






































No fundo o que estes cartazes fazem é comunicar com o público - ainda que de uma forma que nos parece estranha - o sentimento nacionalista e a crença no progresso através da exploração científica, o que inclui a presença feminina nas missões.

"bi" aqui