- o carteiro -
«Alô Dona Rosa, a sua filha chegou do Brasil!» 2
Há duas razões que me levam a escrever estes textos no Belogue: uma é a tal correspondência entre as diferentes artes e outra é o caos em que se encontram os museus. Não se trata da parte burocrática e política, mas sim da confusão com que os apreciadores de arte se deparam: quadros falsos que vão sendo descobertos como tal, quadros que se prova serem de um ou outro autor e até aí desconhecidos, os "antes e depois" aproveitados para dar como verdadeira esta ou aquela obra, as séries sobre um tema que certos artistas desenvolviam e que dispersos pelo mundo sem a informação necessária, faz com que as tomemos como únicas, as pinturas de aprendizes do mestre, ...
A Newsweek desta semana apresenta um artigo longo, mas bom param que gosta destas coisas e onde aborda o caso Pollock que morreu no dia 11 deste mês. De pintor maldito enquanto vivo a pequena mina dos coleccionadores por atingir com as suas obras valores astronómicos em leilões, Pollock nunca foi consensual. Em 2002 foram encontrados quadros atribuídos a Pollock num armazém de um amigo do pintor, também ele artista plástico. A autenticidade ficou provada em 2005 e a proveniência era credível. Os especialistas é que estão divididos, a mesma divisão que levou à prova ainda há pouco tempo de que um Van Gogh tido como verdadeiro, não o era. Os trabalhos encontrados, quando expostos, não foram identificados como sendo "by Jackson Pollock" e a ciência divide-se. As pinturas tinham sido feitas no atelier do amigo com materiais do amigo. As análises provam que pelo menos um pigmento utilizado nas pinturas descobertas só começou a ser comercializado após a morte de Pollock. Ao mesmo tempo, há uma técnica nas pinturas, que Pollock aplicava após o dripping e que só foi descoberta em 1998, muito após a sua morte. Se outra pessoa tivesse pintado os quadros, como saberia de uma técnica tão pessoal e só perceptível pela investigação científica?
Seja como for, um "Pollock mais ou menos" ou um "Pollock será?" ou mesmo m "Pollock que já foi, mas agora pode não ser, não sabemos", nunca valerá tanto quanto um "Pollock, Pollock".
4 Comments:
..."aborda o caso Pollock que morreu no dia 11 deste mês".
Mas no 11 de Agosto de 1956.
Boas férias.
óbvio!
Óbvio?
post dominical na Formiga. Segunda "notícia do mundo da arte"
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