- o carteiro -
algo vai mal no reino do tio Sam:
Certamente já reparou que a Pandora Radio, isto se alguma vez fez uso do serviço, deixou desde há algum tempo a esta parte de permitir o acesso a ouvintes fora dos Estados Unidos. Aqui era permitido criar uma ou mais playlists por utilizador, totalmente sem pagar nada nem sem downloads comilões de bytes. Simplesmente ouvir. Esta medida tomada pelo fundador da rádio on-line, Tim Westergren, prende-se com um decreto que a Copyright Royalty Board tomou de aumentar cerca de 300 a 1200 vezes o valor de royalties que as rádios pagavam de direitos de autor. Chama-se Internet Radio Equality Act e tem como objectivo impedir que já a 15 de Julho entre em vigor o pagamento destas taxas, que deveriam ter começado a ser cobradas a 15 de Maio.
O decreto não se limita a estabelecer uma data para iniciar o aumento das taxas, acabando mesmo por dizer que este terá efeitos retroactivos; ou seja, cada música passada numa rádio on line custaria á rádio cerca de 0,0008 dólares em 2006, 0,0011 dólares em 2007, 0,0014 dólares em 2008, 0,0018 dólares em 2009 e 0,0019 em 2010. E isto aplicar-se-ia não só às rádios que passam apenas música, como às mais generalistas com noticiários regulares e mesmo às que não passando música e só noticiários, colocam entre notícias ou entre blocos noticiários pequenos trechos musicais. É uma medida injusta não só pelo aumento escandaloso que poderá levar ao desaparecimento das rádios americanas on-line tal como as conhecemos, nem por ser com efeitos retroactivos, mas porque as rádios on-line ficam a perder face às rádios tradicionais: não é possível detectar o número de ouvintes de uma determinada música que esteja a passar numa rádio por satélite.
No passado dia 26 de Junho a América reuniu-se para fazer o dia de silêncio. (A KCRW que me alertou para o Internet Radio Equality Act, passou esse dia em debates, sem o mais leve vislumbre de música.) Aproveitam-se também os últimos dias para incentivar a alertar as pessoas a irem até ao site da SaveNetRadio e pressionarem os seus representantes no Congresso a não fazerem passar a lei. Estima-se que cerca de 49 milhões de americanos escutem rádios on-line, o que torna a medida ainda mais apetecível.
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