segunda-feira, junho 04, 2007

- o carteiro -

Gore I

Gore já não poderá ser candidato às eleições para a presidência a Câmara de Lisboa, cujo prazo de entrega de assinaturas terminava hoje segundo a Pública”. Curioso as instituições do Estado funcionarem aos Domingos, como as Universidades e as Comissões de Eleição. Enfim, Gore já não passará pela capital e temo que para ele foi uma grande e inqualificável perda. Mas as eleições presidenciais americanas ainda estão ao seu alcance. Podem não acreditar, mas na rede multiplicam-se os sites de apoio ao “cidadão- quase-quase-candidato”. Ora têm como objectivo reunir assinaturas (link e link), ora propõe o logótipo para a campanha de 2008 (link), ou fazem já uma antevisão do que poderia ser a corrida à presidência antevendo cenários (link), ou até dedicam-se a explanar a actividade do “cidadão-quase-quase-candidato” desde Maio de 2006, por exemplo (link) ou pretendem simplesmente convencer o povo americano a votar em Al Gore e este… a candidatar-se! (link)

O candidato vê-se assim como um cantor que não sabe onde fica Portugal, mas sente a obrigação de incluir a “província de Espanha” na tournée devido ao pedido de inúmeras famílias que o querem ver ao vivo e a cores. Não sei se pode persuadir um normal cidadão, mais ou menos conhecido, a tornar-se candidato à presidência de um país. Sendo o caso dos EUA ainda mais enigmático. Quem quer chamar a si a responsabilidade de tentar tirar os soldados americanos do Iraque de forma airosa? E que cidadão, depois de ter dito “nim” e de se ter imposto um conveniente silêncio virá em seguida dizer: “pronto, eu aceito, mas só porque pediram muito.” Gore escreveu um livro e realizou um filme com o mesmo nome “Uma verdade inconveniente”, trouxe para a liça das agendas políticas o tema do ambiente, ganhou um Oscar e foi nomeado para o Nobel da Paz em 2007. A presidência não deve ser papel que interesse a Gore, but let’s wait and see.