- o carteiro -
e o Homem criou Deus... (XIX)
À medida que a doutrina cristã evolui a Ocidente, o Oriente aproxima-se de um momento crucial: Constantinopla, o epicentro da cristandade está prestes a experimentar algo novo. Trata-se da invasão dos exércitos muçulmanos. De facto o poder militar a Ocidente estava a diminuir e a Igreja estava a braços com a questão protestante, tornando muito mais fácil a entrada em Constantinopla, em 1453, das tropas do sultão turco Mehmet II. Os cristãos são completamente subjugados: os que ali permanecem são taxados, convencidos a converterem-se ao Islão e proibidos de professar a sua fé. Também as igrejas são confiscadas e convertidas em mesquitas. Constantinopla, a segunda Roma, a Capital da Igreja a Oriente deixa agora de ser o coração de uma tradição religiosa, para passar a ser de outra (nesta altura o Islão tem cerca de 800 anos).
Mal a luz de Constantinopla se extingue, outra se acende a muitos quilómetros de distância em Moscovo. Agora é Moscovo que se ergue como novo centro da cristandade a Oriente. A crescer a bom ritmo, Moscovo reclama para si o título de terceira (e final) Roma. A ascensão da Igreja russa não é a única consequência da conquista muçulmana da Constantinopla cristã. Agora há também um grande número de refugiados que se desloca de Constantinopla, sendo que muitos deles se estabelecem em Itália. Entre este grande número de refugiados estão artistas, intelectuais, estudiosos que vão contribuir para o aparecimento de um dos períodos mais criativos da cristandade ocidental e civilizada: o Renascimento.
O Renascimento foi também uma época que viu serem alcançados grandes desenvolvimentos na ciência, filosofia e religião. Muito do que se descobre nestes âmbitos é o que já havia sido descoberto quase um milénio antes, mas que a Idade Média fez adormecer. Em Espanha, por exemplo, este conhecimento antigo composto, na sua maioria, por obras de autores gregos foi preservado por estudiosos muçulmanos. E aqui está uma grande ironia: as pessoas que preservaram estes escritos foram expulsas de Espanha nos anos anteriores e posteriores a 1492 (ano da expulsão definitiva dos muçulmanos da Península Ibérica pelos Reis Católicos). Foram estas pessoas, juntamente com o interesse dos monges europeus que se deslocam a Espanha para aprenderem, e o grande fluxo de pessoas que vinham de Constantinopla até Itália, que fez com que o Renascimento italiano fosse humanista e completo. A Espanha chegavam cristãos de França, da Escócia, Alemanha... para estudar filosofia, teologia e a língua árabe. Entre os trabalhos de filosofia, os de um filósofo em particular foram estudados pelos muçulmanos: Aristóteles. Aristóteles teve muita influência numa disciplina emergente e nova: a ciência. A lógica aristotélica dá aos europeus as bases para a alteração de pensamento. Passa-se da contemplação interior para a observação do mundo.
Mal a luz de Constantinopla se extingue, outra se acende a muitos quilómetros de distância em Moscovo. Agora é Moscovo que se ergue como novo centro da cristandade a Oriente. A crescer a bom ritmo, Moscovo reclama para si o título de terceira (e final) Roma. A ascensão da Igreja russa não é a única consequência da conquista muçulmana da Constantinopla cristã. Agora há também um grande número de refugiados que se desloca de Constantinopla, sendo que muitos deles se estabelecem em Itália. Entre este grande número de refugiados estão artistas, intelectuais, estudiosos que vão contribuir para o aparecimento de um dos períodos mais criativos da cristandade ocidental e civilizada: o Renascimento.
O Renascimento foi também uma época que viu serem alcançados grandes desenvolvimentos na ciência, filosofia e religião. Muito do que se descobre nestes âmbitos é o que já havia sido descoberto quase um milénio antes, mas que a Idade Média fez adormecer. Em Espanha, por exemplo, este conhecimento antigo composto, na sua maioria, por obras de autores gregos foi preservado por estudiosos muçulmanos. E aqui está uma grande ironia: as pessoas que preservaram estes escritos foram expulsas de Espanha nos anos anteriores e posteriores a 1492 (ano da expulsão definitiva dos muçulmanos da Península Ibérica pelos Reis Católicos). Foram estas pessoas, juntamente com o interesse dos monges europeus que se deslocam a Espanha para aprenderem, e o grande fluxo de pessoas que vinham de Constantinopla até Itália, que fez com que o Renascimento italiano fosse humanista e completo. A Espanha chegavam cristãos de França, da Escócia, Alemanha... para estudar filosofia, teologia e a língua árabe. Entre os trabalhos de filosofia, os de um filósofo em particular foram estudados pelos muçulmanos: Aristóteles. Aristóteles teve muita influência numa disciplina emergente e nova: a ciência. A lógica aristotélica dá aos europeus as bases para a alteração de pensamento. Passa-se da contemplação interior para a observação do mundo.
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