- não vai mais vinho para essa mesa -
Quando tenho a certeza que o pensamento extraviado não me vai incomodar, ele volta. A meio da noite, durante o dia, entre duas palavras. Sem avisar. Para avivar o facto de não ter sido suficiente, de ser para sempre da categoria das que não se gostam, das que se querem por birra. E que depois já não se querem. E depois porque está sol se querem outra vez. E nem sei bem o que é pior: a ausência total ou a falsa presença. Mas sei que o meu querer não vai por osmose provocar o querer do outro. A primeira vez que abrimos de facto a porta a alguém e dizemos para entrar, e esse alguém desarruma a casa e vai embora sem dizer palavra. Pode até parecer um queixume; a maior parte das pessoas seria contra, mas sai-me das vísceras e dói como se tivesse sido há dois minutos.
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